APRESENTAÇÃO
A Comunidade Espírita Euzébio de Oliveira Brandão é uma entidade filantrópica espírita, declarada de Utilidade Pública Municipal, Estadual e Federal: Leis 253/57; 3.988/57 e 82.474/78, inscrita no CNPJ (MF)43.538.842/0001-04, com sede nesta cidade de Andradina-SP, à Rua Santa Terezinha, n 340. Fundada em 12 de Junho de 1955, é uma associação civil, sem fins lucrativos, que promove gratuitamente e em caráter exclusivo, a assistência social beneficente para crianças de 00 ( zero ) a 04 ( quatro ) anos incompletos, em regime de Creche.
SUA HISTÓRIA
Tudo começou no ano de 1947, com a fundação do Centro Espírita Fé e Caridade. Na época, Andradina, como povoado que era, com apenas quatro anos de fundação, não possuía ainda núcleos espíritas organizados, mas somente grupos familiares que se reuniam nas suas próprias residências. Mas um pouco antes, em 1941, havia chegado em Andradina, oriundo da cidade de Itajobi-SP o jovem de 20 ( vinte anos ) , Girofel Orestes de Sampaio Toledo que rapidamente se entrosou no meio espírita. Girofel conheceu, então, o Sr. Mário Soares Leitão, administrador da Fazenda Santa Lúcia, e os dois, já muito amigos iniciam a construção da primeira sede do Centro Espírita Fé e Caridade, no qual Girofel passou a frequentar e a trabalhar, colaborando em tudo. Em 1948, foi fundado a Mocidade Espírita de Andradina, onde Girofel, Nilo Melhorança e outros jovens atuavam com alegria e muito dinamismo.
Nesse meio tempo, uma jovem entusiasta, Ecléia Soares de Camargo , então presidente da Mocidade Espírita, sensibilizada pela sorte de muitas crianças órfãs ou filhos de famílias carentes, propõe a fundação de uma instituição que pudesse abrigar essas crianças.
Com o apoio de Girofel, de Olinto de Oliveira Menezes e de muitos outros, conseguem fundar, em 12 de junho de 1955, um orfanato que foi denominado Lar Espírita Euzébio de Oliveira Brandão, como homenagem ao doador do terreno. No mês seguinte, o Estatuto já estava elaborado, sendo formado uma comissão para que fosse possível realizar a eleição da primeira diretoria.
Os companheiros entusiastas, que deram vida ao Lar, foram muitos, porém , sob pena de cometermos injustiça de omissão, registramos alguns: Lídia Terezinha dos Santos, Laudelina Dutra Lopes, Alamares de Deus Baffile e sua esposa Adair Izabel Nany Baffile , a família Sanches, liderada por Francisco Sanches Matheus, o casal Izabel e João de Almeida Camargo, e muitos outros.
Quando as portas do Lar foram abertas para a Comunidade de Andradina, o número de meninas aumentava dia a dia, e, junto a isso, as dificuldades também. Grandes eram os esforços empenhados pela Diretoria e pelos abnegados voluntários, para que esses obstáculos fossem superados.
Com o intuito de cobrir as despesas financeiras, foram criados, ao longo do tempo, departamentos como a Fábrica de Calçados Larbran, a Livraria Espírita e a Casa do Oléo, tudo isso para que a Instituição se tornasse, financeiramente, auto-suficiente. Por um largo período, esses departamentos conseguiram cumprir o seu papel, mas cada um foi sendo desativado, a seu tempo, para evitar maiores prejuízos.
O Lar, que ao longo dos anos chegou a abrigar mais de 100 (cem) meninas, passou a ser referência de amor e um modelo de valor moral, sempre sob a égide da Doutrina Espírita.
Em 1959, Geni Sanches Bertoletto foi convidada a integrar a diretoria do Lar. Nessa época, casada e com dois filhos, Geni atuava no campo da evangelização espírita, reunindo em sua própria casa, as crianças interessadas. Só quando ficou viúva, é que Geni passou a integrar a diretoria do Lar. Foi quando se iniciou uma trajetória de luta e dedicação às crianças da Casa. Apesar de receber ajuda de muitas senhoras abnegadas, no trato com as meninas, Geni se destacou incorporando a figura da mãe e , ao mesmo tempo, da mestra, da psicóloga e da amiga que não media esforços para orientar e auxiliar.
Geni passou a se responsabilizar pelas comemorações de datas festivas, realizadas no Lar, tais como: Semana da Criança, Natal, Dia das Mães, e outras. Para isso, ela preparava peças teatrais, músicas, jograis, poesias e, com isso, ganhava, cada vez mais, a confiança das meninas.
E assim, essas meninas foram crescendo, sempre sob os cuidados da Tia Geni e de outras dedicadas colaboradoras. Muitas delas souberam aproveitar a oportunidade da Escola e se aplicaram nos estudos, mas outras não valorizaram a chance.
Ao alcançar a maioridade, algumas tentaram voltar para as famílias biológicas, porém, nem todas se adaptaram. Outras só saíram para se casar e formar suas próprias famílias.
Ainda hoje, Geni mantém contato com a maioria das meninas, e elas não economizam carinho e gratidão para com “a Tia Geni”.
Com o esvaziamento da Casa e, após muita observação, foram feitos prolongados estudos que levantaram pontos positivos e pontos negativos sobre o sistema “internato”. Na época, a Casa contava com colaboradores de escol, tais como Primo Maffei, Francisco Sanches, Sr. Ayres, Cidinha Arruda, Geni Sanches e muitos outros, e a diretoria achou por bem mudar o tipo de atuação em relação às crianças, levando em conta os prejuízos morais e psicológicos que a falta da família biológica gerava. Ficou decidido, então, que o sistema de internato seria substituído pelo sistema de semi-internato ou creche. A criança poderia ser atendida em suas necessidades, mas não se desvincularia da família biológica.
Assim, em substituição ao orfanato, foi fundada, em 12 de fevereiro de 1978, a creche que recebeu o nome de “Creche Irmã Joaninha”, em homenagem a uma criança recém-nascida, abandonada na porta do Lar. Era uma menininha que foi acolhida com muito amor, recebendo o nome de Joana, mas que, mesmo com todos os cuidados recebidos, infelizmente , ela não sobreviveu. A fundação da Creche veio ao encontro às necessidades das mães carentes que precisam trabalhar e podem deixar seus filhos em total segurança.
Desde então, há mais de quarenta anos, a Comunidade Espírita Euzébio de Oliveira Brandão tem mantido a Creche Irmã Joaninha de portas abertas para a comunidade Andradinense, graças ao apoio recebido de ilustres colaboradores, ao longo de décadas, como Seo Antoninho Andrade e D. Regina, Dr. Carlos Alberto Ortiz e D. Maria Cecília, João Dantas Coelho, José e Celísia Melhorança, Sebastião de Moraes, e ainda mais, a Vó Dirá, Tia Cida e Vó Dita, senhoras abnegadas que, com total desvelo, cuidaram das meninas, cada uma em sua época.
Na atualidade, a Creche Irmã Joaninha atende , anualmente, a 77 ( setenta e sete ) crianças de 00 ( zero ) a 04 ( quatro ) anos incompletos, sendo que as suas instalações físicas estão munidas de recepção, salas de aula, sala de administração, cozinha, amplo refeitório com TV, mesas e cadeiras apropriadas para a refeição dos pequeninos., banheiros e sanitários masculinos e femininos, salão nobre de uso múltiplo, pátio para recreação, dotado de árvores, gramado e playground.
Seu quadro de funcionários conta com professores e auxiliares de sala com titulação e habilitação adequadas, além de coordenadora pedagógica, técnicos, cozinheira e auxiliar de serviços gerais.
A Creche, como entidade filantrópica que é, tem conquistado pelos serviços prestados ao longo desses quarenta anos, a confiança plena, tanto dos órgãos públicos, quanto da sociedade em geral, recebendo sempre apoio irrestrito em todas as suas promoções.
Por tudo isso, a Comunidade Espírita Euzébio de Oliveira Brandão, como mantenedora da Creche Irmã Joaninha, deixa registrado aqui profundos agradecimentos a todos os voluntários, colaboradores e parceiros que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que sempre sejam alcançados nobres objetivos em favor das crianças.